quarta-feira, 20 de maio de 2020




Blitzkrieg


E fez de conta que não ouvia o silvo dos tiros quando subia cansado carregando o corpo do amigo a prestes a morte. Acreditando superar a íngreme ladeira assoviava cânticos de treinamento. Quando chegava o mais próximo possível de um espaço longe da trupe inimiga sentava abaixo de uma arvore e adormecia passando fome.
Mesmo assim, sobreviveu as condições adversas... seu , amigo de infantaria porem não se igualaria s mesmas provisões. E se levantando fazendo sozinho uma cova onde pudesse enterrar seu amigo com o mínimo de dignidade.
Restava-lhe um pequeno reservatório de água para saciar a tamanha sede... cerca de uns 10 km mais ou mesmo avistava trincheiras sem reconhecer a quem pertencia. E ele suportou cada estilhaço nas trevas do caminho. Quando por ironia do destino chegou sem muitos ferimentos louvou a Deus de joelhos ao chão.
Emanuel iria receber honrarias publicas como medalhas e louros com requinte... Mas não imaginava que enquanto seguia em caminho a sua residência sua o pai estava no leito da morte. Agora restava-lhe a mãe...
Era 23 de agosto de 1986 anos que regressava para os braços de sua querida mãe sem fratura alguma, mas de alma dilacerada. Catarina ainda estava presente a cadelinha cor marrom e branco, mas sem raça cara.
E discursou no púlpito frente ao Presidente da Republica, cantou o hino nacional e jurou solenemente amor a pátria combatente corajoso rente a calamidade que vier.
De tudo sua mente ficou constrangida com qualquer espécime de violência. Cão na rua sem dono, gente passando fome perdido no álcool. Emanuel que não tinha vícios antes de embarcar para a taxada missão louvável ao País... se transformou em um sujeito sem títulos sem personalidade e autenticidade.
As medalhas ficaram guardadas no porão da casa da mãe. Tinha vergonha ao olha-las.A maior das violência ocorrera na vida de Emanuel.... Ele se esqueceu quem ele próprio era. A única saída para o regresso combatente de guerra nesse instante era meditar primeiramente para raciocinar uma maneira antes de tudo psicológica para dar inicio a uma terapia ( se é que resolveria o real problema do jovem guerreiro). Nostalgia e livros de alto ajuda não são sinônimos superação. Na vida existem duas faculdades. A primeira é aquela que se pratica em sala de aula.. .A segunda e mais perigosa, é a Faculdade da vida. ...
Não é preciso remédios se esta em plenas condições físicas e maturação emocional. Fica claro aqui somos nós quem nos escolhe e escreve sua historia. Emanuel não teve a mesma chance... perdeu o pai enquanto lutava em repeito o Estado.



terça-feira, 21 de abril de 2020



Café e Catedral

Era como meio dia, janelas escancaradas para a brisa da temporada. Trajava a veste cor de luto como se todo tempo fosse ingrediente para o mau humor.
Lia trechos de Mônica Bergamo sempre durante o café matinal antes da caminhada diária e cumprimentava os vizinhos como que um esforço clinico.
Não gostava de política, mas das muitas vezes era combalido a dar opiniões(devido o posto que ocupava). Funcionário do Banco Central, trinta anos de carreira, Católico apostólico Romano. Aristides não tinha filho, algumas namoradas, mas nada a sério.
Não gostava de se ver no espelho. Ao som de Bach era capaz quarentenas isolado.Bastava uma boa bebida e um jornal atualizado pra se sentir acolhido
Era a mais expressiva feição de Narciso. Na solidão se apaixonou por si mesmo num ato desgovernado cortou os pulsos.

domingo, 12 de abril de 2020




cartas com absinto


Não se sentia mal quando estava no seu quarto escuro. E nada não devia nada a ninguém que fosse fora de seu entorno... Suportava fortemente a ausência de quem quer que fosse. Foi casado com Amelia. O casório não durou dois anos.Amelia queria viajar e terminar sua graduação no exterior.
Antonio Costa junior nome que herdou do pai. Seu amor por Ameia não foi o bastante para mante-la junto de si. Sozinho Antonio rejeitava a depressão ele se habituava a regras que lhe renderam saúde principalmente mental... E começou o tratamento por conta própria.. Mas de começo focou em abrir as janela de casa logo quando acordava. Respirar ar da manhã era uma das formas, caminho pra se construir uma forma de resposta que não seja equivocada... Amelia não retorno de Paris e casou -se por lá tendo dois filhos.
Antonio não queria ter filhos... O motivo. simples... Nunca encontrou um amor como o de Amelia... Foi quando Antonio entrou para equipe de voluntário na Africa do Sul.. Um cenário destruído pelo descaso das autoridades competentes...E de outro lado a fome. Antonio depois de se formar em Relações Internacionais passou em um concurso para seguir carreira diplomática. Trabalhou por 6 anos lutando contra a da fome e o saneamento básico... Ainda como 1º secretario conseguiu ajuda humanitária perante a UNE. E em um vôo para o Brasil em período de férias, Antonino encontrou Amelia em um avião para o Brasil. Cruzaram olhares e nada mais..
Ao chegar em casa sé pensou em descansar... Logo teria que ir a Capital Brasil para se apresentar ao ministro das Relações Exteriores.
Após aquele dia nunca mais viu Amelia... E embarcou para a China com a missão de estabelecer acordos comerciais..
Foi assim que a depressão foi embora.. Abrindo as portas para um novo começo.

quinta-feira, 9 de abril de 2020



Claude Monet Regata de Argenteuil


O Regresso


Era quinta-feira 4:30 da manhã. Quando o telefone tocou. Do outro lado silêncio. Allan de poucas palavras não retornou...Tinha poucos amigos, vivia quase sempre enfurnado em seu quarto.. Foi abandonado pelo Pai aos 7 anos..Mas isso não foi determinante em sua vida. Allan tinha depressão, filho único buscava videos de auto ajuda para contradizer a crise existencial.. Estava se transformando em um inseto ..um rato de laboratório sem se comunicar com seus entes...Dava, pra escutar a linha férrea todos os dia, sua casa ficava ao lado das trilhas de trem... Então ele abusava de leituras. De Russos a Franceses foi sendo construindo uma persona.
E quando se olhava, no espelho se assustava, tinha face de um velho de tão abatido que estava. Precisou de remédios par dormir...Queria provar do sabor de ser independente . Mas tinha a mãe idosa aposentada para prestar auxilio... Era independente mas não se reconhecia como tal. Começa na vida de Allan uma nova fase...iriam se mudar... Era tudo o que que Allan sempre quis... Expandir-se. Sai do campo da ilusão e chegar a verdadeira liberdade. Gozar do prazer de degustar o alimento como propõe Epicuro . a Sensatez em junção a Prudência. O meio termo com subjaz Aristóteles.
Deste modo traçou um plano de perícias e praticas onde a causa e o efeito vão se integrar...Em busca da solução para problemas cuja subjetividade demanda as regras e espaço... Allan passou a abrir as janelas quando acordava, lavar o rosto , vestir uma boa roupa e fazer caminhada toda manhã. E foi com higiene que a vida volta ao normal...Lia o jornal matutino ao tomar café.. ao meio dia ia á missa.. e as 13:30 trabalhava como HOME OFFICE em casa. Allan apesar da vida reclusa tinha um ócio produtivo. Era administrador de uma corretora de seguros. Mantinha-se em casa a trabalho. Tinha uma conta no banco que reservava uma boa quantia. em dinheiro... Queria conhecer o mundo e tinha condições plenas de pagar sua passagem e embarcar sem medo... E entrou na NAU rumo continente europeu.
Então visitou locais como : Itália e Espanha. Na França conheceu Catarina... Não demorou e Allan e Catarina estavam planejando um precoce namoro voltaram para o Brasil juntos, e se planejaram se casar. Catarina era mãe solteira, estava ressabiada com a possibilidade de Allan não se dar bem com as crianças...Mas correu tudo bem.. E foram morar juntos...E pela primeira vez Allan pode compreender no mastro a bandeia do Estado , Maringá e Brasil com ternura com a beleza de um bem estar...

segunda-feira, 6 de abril de 2020




Ode á Felicidade




Era capaz de ilustrar qualquer situação com bom senso. Nos tempos de ensino médio era muito popular. Mas evocou grandes inimigos... Perdeu os pais logo no ano de formatura antes ainda da colação de grau. Tentou morar com membros da família, mas, não correu bem como gostaria que fosse...Augustus trabalhava Freelancer de uma Pizzaria no período noturno e pela manhã era atendente de Farmácia. Em uma intima decisão passou a pagar do próprio bolso um curso de Inglês... E lá conheceu Virginia... E ficaram amigos a primeira vista... Nos intervalos de aulas discutiam temas como a Felicidade , o Amor e Deus.
Virginia estudava Nutrição naquele ano e logo que se formou abriu sua primeira clínica... E Augustus foi seu primeiro paciente. Augustus tinha um velho caderno cheio de crônicas e desenhos Mangás . A amiga auxiliava corrigindo seus escritos... Augustus era péssimo em gramática. Logo precisava da intervenção de Virginia. Foi quando por sugestão de Virginia que Augustus se inscreveu para uma exposição de quadrinhos.. E para surpresa de Augustus seu Gibi de Mangás conquistou tamanho reconhecimento que veio a publicar seu primeiro livro de desenhos.
Mas quando regressou foi pego de demoras... Virginia estava noiva. Uma relação estável ja perdurava oito anos.
E ambos celebraram a beleza da vida...

sábado, 4 de abril de 2020



A força do Silêncio


É impossível agradar a gregos e troianos. Compreendamos de uma vez. Por hora, passo a passo, o humano tem necessidade de expansão como sujeito criativo, que se reinventa... A esta capacidade pode se atribuir o título de sobrevivência, ante um mundo subjetivo que para enfrentar o maior dos desafios ( vencer a si mesmo) se entrelaça a malha que é constituído o mundo exterior.
O Pensador de Rodin explicita claramente o que é ação, e em Nietzsche, parte da aceitação da natureza. O humano em contato com a arte, quebra as raízes resistentes da razão, com a semiótica ou ainda com os arquétipos de Jung.
Rodin em sua postura reflexiva demostra o quão é a força do silêncio...O silêncio é um escudo ... O silêncio é um argumento... O silêncio é uma resposta ao mundo que esmaga o sujeito na condição de pessoa. Oliveira Bruno trabalhava em uma empresa de materiais para construção. Pegava no batente como separador e as vezes como entregador. Os funcionários, eram submetidos a acompanharem a pagina online do gerente da empresa, mas quem tivesse uma opinião contraria a do chefe era dispensado do emprego. Os funcionários não podiam pensar... Era proibido qualquer postura de resistência... Oliveira tinha 19 anos e adorava Billie Holiday...Administrava um blog com um bom número de seguidores...Já sabia que o humano não depende do outro para a condição de existência seja corrente. Mas na empresa tomava medidas cautelosas. E observava tamanho recuo dos amigos de trabalho... Mas Oliveira estava cada vez mais frustrado com a ditadura da informação... Até o dia em que pediu licença para falar ao gerente inquisidor .. E foi enfático, reportou o fato de não gostar da ordens delegadas aos funcionários de ter como obrigação ler diariamente os prenúncios do gerente que não era tão mais velho que Oliveira. A empresa era uma herança. Isso já se sabia... Então lanço uma proposta ao seu encarregado. Ou ele muda a política de informação de seus colaboradores ( deixando eles darem opiniões) ou todos iriam pedir para sair e migrar para outro ambiente de trabalho. Tinha uma tatuagem de O pensador de Rodin no braço esquerdo. Mas o gerente tendo seu orgulho ferido não permitiu qualquer fosse atitude do jovem crítico. Mas Oliveira não deixou barato e se ingressou em um curso de Publicidade. Ali se encontrou como redator... Passou a escrever seus contos e crônicas. Depois da saída de Oliveira da empresa de materiais de construção, mais da metade do quadro de funcionários pediram pra sair, os demais adoram o silêncio como arma de protesto.

sexta-feira, 3 de abril de 2020



O estrangeiro


Dava pra ver da janela da sala do pequeno apartamento as crianças jogando amarelinha na praça central que desembocava na ponte que ligava o bairro a zona sul da cidade do Porto. E se lembrou da maga de Cortazar quando beijou Felicia pela primeira vez. Ele regressava da força tarefa militar que buscava levar a paz em território Iraquiano...Queria mesmo era se esquecer dos horrores que lhe roubavam as noites de sono; antes fosse um problema de ordem cultural, mas, era uma dinamite politica prestes a explodir.
Perdeu inúmeros amigos mutilados por granadas... Dos soldados portugueses daquela infantaria foi um dos poucos que conseguiram regressar ao seu País. Heverton se feriu psicologicamente...Estava depreciado. Mas quando adentrou sua residencia lá estava ela Felícia com seu poder de persuasão. colocou para rodar um velho disco de Coltrane na antiga vitrola herdada de seu pai. Heverton ficava em casa vendo TV sozinho. Heverton precisou de ajuda terapêutica.. Seus traumas ressurgiam em seu sonhos. Mas foi quando no auge da relação decidiram se casar receberam uma noticia inesperada. Os terrores noturnos se tornavam realidade...Fora convocado a retornar ao campo de batalha. E não teve a opção de dizer "não".
Já no outro dia Felicia estava junto ao Taxi que levaria Heverton até o aeroporto mais perto.E se foi acenado para a mulher de sua vida e seus encantos... Era meio dia.. As crianças jogavam amarelinha.

quarta-feira, 1 de abril de 2020


Televisão




Entendeu com sacrifício repentino que tinha fobia de Televisão... Não sendo aquele gênero soberbo que julga os conteúdos transmitidos; mas um time vertical em que tenta superar a sim mesmo como no sermão quase que moral de Nietzsche. Depreciava os programas com publico em cenários construídos para entreter os mais jovens quanto os idosos que vivem sem contato social. Jovens depressivos no interior de suas casas abusavam contritos de adrenalina em jogos virtuais...Um ser fechado não tem garantia de sobrevivência psíquica ante ao padecimento do corpo que envelhece.
Notava que crianças estavam sendo retiradas de se ambiente natural quando eram conduzidos a uma atividade que sua idade não determinava. A TV cria personagens que ela mesma rebate para escanteio quando a criança cresce e passa a ser dona de sua opinião...Os pequenos são roubados em sua subjetividade; são encantados por promessas de um futuro no mundo da arte por aqueles que trazem uma moda importada para a dominação de quem ainda não tem argumentos para dizer "não quero".
Mas os país acham lindo... Seus pequenos cantando na Tv, obrigados a acreditar que merece ser reconhecidos como grande astro(a) pela bela voz. A Tv seduz; vende idéias prontas, torna cativos pais e filhos sem instrução suficiente. O poder aquisitivo contribui para com a desconstrução do ser na sua totalidade... O poder estimula as vestes, os cortes de cabelos, a música sem nexo.
Mas ele estava enclausurado em seu apartamento a semanas vendo Tv. Produzido por gênios da comunicação social, a Tv se perde de seu principal e fundamental ferramenta informar e formar opinião...Será a cultura tão somente um espectro; um nilismo; que foge a vontade de potência elabora na conceitual e atual formula de Nietzsche.
Boas perguntas nem sempre comportam boas respostas, boas soluções...Não ha como voltar atras; o brasileiro em muito colabora para uma cultura Ktsh (resumida)... A Tv mastiga seu almoço diariamente... Defini o que ´é de fato saudável reto ao conhecimento e a aplicação da razão como chave mestra dos discursos. Um governante lhe é enfiado garganta a baixo, mas se ele não tem pulso ou não é automato a lógica da Tv vai derrubar líderes sem medir esforços.
Mais ele se cansa, pois numa tarde de domingo esta sendo exibido mais uma vez as crianças cantando na Tv.

terça-feira, 31 de março de 2020





Porta retratos na Estante




No primeiro dia do novo emprego no mês de Janeiro do ano 2008 foi alterado devido goles de cerveja após chegar de uma festa de casamento. O fato é que não via o amigo Hugo a alguns anos e justo naquela data a que iniciaria o novo emprego, isto é pra ser exato ( a manhã de teste na nova função) a união conjugal chegava com um nascimento de uma filha. Amigos de varias etapas se reuniram... Sidnei o mais velho ficou como padrinho, Marcelo o mais jovem treinou o cachorro e as crianças para levarem as alianças até a presença de um pastor...E lagrimas rolaram; A festa foi realizada no mesmo salão foi embalada ao som de Erasmo. Paulo estava com um terno verde, Chico de Azul... Sibele a noiva de Hugo estava toda ansiosa, recebeu um a um na hora dos cumprimentos...Hugo ganhou uma camisa de seu time do coração o Corinthians. Luis Alberto começara um a nova etapa em sua vida... Após sair do casório e levar Pâmela pra casa foi diretamente para o trabalho na empresa de segurança privada. O cargo era de monitor de alarmes. E ficou por 12 horas sentado diante um computador atendendo ligações e enviando ordens de serviço. Trabalhou ali por 6 meses, o período noturno lhe custou muito de sua saúde. Mas dominou o sistema de CFTV (circuito fechado de TV).Foi muito bem treinado pelo gerente que ganhou a confiança dos superiores em pouco tempo. Era digno de grandes leituras.. Partia de literatura Russa a Portuguesa..Quando desistiu da segurança privada foi convidado a participar do grupo de leitores da biblioteca central da cidade; lá se encantou pela musica de Caetano, la decidiu pela primeira vez fazer algo maior para seu próprio bem que era voltar a estudar posto que já beirava os 40 anos. E foi mais longe do que imaginava; ganhou um bolsa de estudos para terminar sua graduação na Universidade de Coimbra em Portugal. Se aprofundar na cena filosófica política era um atrativo. Escreveu artigos para jornais locais e conheceu Amanda do curso de Letras. Ela era dez anos mais nova que Luis Alberto falava alemão e jogava xadrez. Era partidária de esquerda; via em tudo uma solução quando se tratava de caos familiar. Mas foi Alberto quem propôs a união... morar juntos foi uma ideia jubilar que se deram bem no primeiro momento em que adentraram o AP no arredores da Igreja Matriz. E decidiram se casar e calculavam os gastos com o Ateliê de decoração e os convites para todos os amigos. E dois anos se passaram e vieram os gêmeos Isadora e Raphael. Alberto completou seus 50 anos de idade assistindo TV com as crianças e Amanda trazia a pipoca com refrigerante... De tudo restou na estante os porta-retratos e os quadros que Isadora ( a caçula ) pintava radiante.



segunda-feira, 30 de março de 2020



Lucinha



Não dormia bem a semanas quando Helton abalado por crises de insônia saia pela casa com um livro nas mãos desejoso de encontrar um amparo psicológico. Apreendeu, porém ainda na infância a lhe dar com costumes juvenis ao passo de se transmutarem em transtornos obsessivos. Certa vez foi convidado por Joel amigo dos tempos de colegial; para ir em um Pub novo ponto de encontro da galera psicodélica da crescente Maringá. Tava rolando um show de Blues.. uns caras virtuosos na guitarra embalavam Jimi Hendrix... Também teve a oportunidade de esbarrar caras como André Souza e Bruno Aleixo Trajando indumentarias pretas e coturnos estilo militar. Já dentro do bar estava Joel e duas amigas Cintia ( loira de olhos azuis 1, 60 cm de altura e dona de um corpo escultural); E Flavia Albuquerque, filha de importantes fazendeiros do interior norte. Mas Helton estava entediado quando pediu algo forte pra tomar. Da banda Helton logo se aproximou a tal ponto de toda aquela galera sentarem-se na mesma mesa...Helton cursava Filosofia e Joel era Barcharel em Sociologia. Mas ele tinha que ir embora, a hora avançava e o dia ia raiando... Compartilhou com os novos amigos que tinha medo do regressar ao endereço de sua casa. Tinha medo de dormir e não acordar mais.
Sentia-se vazio e uma insegurança mesmo cercado de pessoas conhecidas. André foi para Espanha tentar uma vida melhor...Helton tinha pesadelos constantes, sentia-se invadido na reserva de seu quarto. Contraiu hábitos compulsivos como levantar mais de três vezes na madrugada e lavava o rosto, e penteava os cabelos como se fosse ha missa de Domingo em plena Terça Feira. Um dia no meio da semana tomou partido de suas angustias e foi até o Pub sozinho sem a presença dos amigos...E foi lá inesperadamente que seus olhos intercruzaram pela primeira vez.. Era Lucinha 23 anos, estudante de Jornalismo. Ela estava sozinha quando Helton tomou a iniciativa e convidar a garota pra um bate papo..
E dali nasceu um namoro produtivo,. E logo aós a formatura de ambos decidiram de opinião própria viajar pelo país. Lucinha era independente e economicamente, Helton aos poucos começara a atuar como professor. Depois do falecimento do pai Lucinha e Helton decidiram morar juntos...
"Prudente é todo aquele que olha para o além. Ele aprendeu que só sabe do futuro quem, por ocasião, desfruta da sabedoria cultivada respeitando o passado para só então entender o porquê do momento presente'.

domingo, 29 de março de 2020



Kínesis diário



Se encontravam todos os dias da semana no segundo andar do prédio hoje abandonado em que la era instalado o colégio Estadual Maria Adelaide.Ali naquele espaço pequeno que dava pra um corredor quase sempre de luzes apagadas se reuniam os...adolescente Michel Bossoni ; Brunão o gigante e Rodinei um cara alto de cabelos cumpridos de pele branca devido sua descendência chinesa ... O tal Rodinei escrevia uns versos bacanas, tinha a coleção do Led Zeppelin em sua casa e uma estante de livros de causar inveja a muitos professores com doutorado.
Rodinei trabalhava na Prefeitura e Michel era torneiro mecânico... Brunão era vendedor de cursos, mas, tinha vocação pra humorista; era todo desengonçado e tinha uma fala travada quando queria falar de algum assunto importante e a ansiedade lhe atacava...Michel tocava guitarra e gostava do Nirvana e vendia livros quando passou pra faculdade História na universidade pública da pacata cidade do centro oeste. Rodinei passou maus bocados depois que saiu do estagio na prefeitura quando pediu apoio aos pais para ir tentar a sote do outro lado do mundo. Dominava a lingua inglesa quando embarcou no voo direto para Londres... Era autodidata, se virou como pode, usava e abusava de expressões e gírias. Daquela turma de colégio o único que quase nunca marcava presença era Miguel amigo instrumentista de poucas palavras em grupos, mas virtuoso nos solos de Guns n Roses.
Brunão se tornou humorista quando completou 18 anos talento inquestionável...Michel foi aprovado 1º colocado na prova de Mestrado e Such fugia em versa da polícia inglesa para avaliarem seu passaporte. Mas Rodinei tinha um trunfo nas mãos sua namorada Maria Vilma natural do interior de São Paulo tinha familiares mexicanos. Não pensou duas vezes tomaram o primeiro ônibus e se casaram com direito a lua de mel em um grande Hotel cinco estrelas pago pelo amigo Miguel que havia se tornado Secretario de Cultura da bela porém pequena cidade de Mandaguari. Das Bandas de Rock, daquele ano perdido no túnel do tempo, não se houve mais noticias... Miguel tivera um filho; Brunão o gigante dois garotos. E sempre quando a saudade bate no peito do amigo distante o telefone toca ora com endereço do exterior do Brasil ora nas cartas cheias de cartões postais de lugares que só o tempo percorre e pelas guias indicativas de um estudante de turismo e hotelaria.

sábado, 28 de março de 2020



1996


Agosto de 1996. Cursava o ensino médio no antigo prédio do guarda Mirim...No alvorecer de um sábado quando ia visitar um de seus amigos... Punks da escala etária da década de 80... Era a primeira vez que esbarrava grupos fechados, era a primeira vez que bebia cerveja e escutava Heavy Metal.. Entre os caras estavam Adriano e o inigualável Mauro. Logo chegaram os irmãos Yamashitas com um som alto no carro modelo Santana. Não tardou chegou Jhovanny, baixista experiente que tocava em uma banda...No auge da reunião o mais novo integrante se sentiu a vontade... Era o tempo em que as mídias sociais eram proliferadas ante amizades que discorriam facilmente.
Dali nasceu um grupo reservado de punks do interior, mas que escutavam para além de Ramones, sons que faziam sucesso na saudosa época. Mas nem todos que estavam ali reunidos em um bar estudava no mirim.. A grande parte fazia parte do colégio Pioli e mais adiante alguns fosse do Colégio Branca da Motta Fernandes... O primeiro Rockeiro que conheceu foi Adriano.. Ambos se entrecruzavam nos corredores do velho Branca sob a gestão de Geraldo o temível matemático. Na mesa de bar era quase sempre composto de carinhas músicos... La foi a primeira vez que Afonso conheceu Joel o sociólogo da turma... Trocaram livros e discos...Mas a turna estava em estagio de crescimento... O grupo ficou tão cheio de hedbangers que tiveram que criar ( isso 10 anos depois de amizade) um grupo de interação na internet. Papo de Buteco foi uma aderente forma de captar novos amigos..
Mas quase todos quando chegaram a tenra idade casaram-se e tiveram filhos... Vez em quando combinam de tomar uma e outra ou ir á um show de Rock no novo point da cidade. Adriano teve uma filha , Mauro se mudou após ter um filho único e Joel com seus dois filhos hoje frequenta um curso de Doutorado e os irmãos Yamashitas são padrinhos de seus dois filhos... O grupo não agrega mais novos amigos; mas deixa do impacto dos dias em que o país era sondado de uma energia cantarolada a um som da Legião.

Células de Tonante e Blues apimentado


O sono não vinha e já era avançada as 00:00 horas. Sempre antes de dormir recitava o padre nosso.Estava vivendo uma sequência pesadelos dos quais não se dava conta sua periculosidade... Mas não se entende o porque de tanto sofrimento. Crê no Deus que lhe resgatou por morte de cruz...Mas mesmo estimulado pela fé não dormia.
Mas fez questão de fazer orações de Confissão e renúncia todos os dias. Talvez o rancor lhe encobrisse as têmporas (sua vigília). Imerso aos 33 anos, vivia uma clausura quase que mortal...Mas sabe tão bem como outros no tocante da devassidão que a vida sem um sentido maior é viver em um estado de morte...
Então soava um Blues pra respirar no cansaço...tocava no seu velho violão Tonante um clássico de BB. King... e depois já sem muita inspiração ligava a web Radio de Rock...Era um santo remédio; apagava em poucas horas. E quando a insônia insistia em suceder armava sua rede na garagem junto ao carro e passava a mão em um livro de ficção cientifica; dali a diante era só aguardar o dia nascer. As cinco horas já se podias escutar a rota do avião com um estrondo... Morava próximo o aeroporto e era praticamente impossível não ser incomodado com o barulho das aéreo naves. Administrava um site venda de material para escritório dentro de sua casa... Lucrava muito com o empreendimento pois apostava uma bagatela alta com produtor terceirizado. Não tinha namorada, era só por opção... Trabalho era seu lema...Indiscutivelmente tinha habilidade com informática. A page de vendas ele mesmo construiu; Antes era dono de uma depressão inconcebível... Era obrigado a aceitar sua condição precária. Precisou de terapia por um determinado tempo...
Teve dois caminhos em rente... vender produtos de escritório em casa ou sair do confinamento para a luz e tentar realizar suas vontades... Ambicionava ser analista de sistemas aproveitando a habilidade que absorveu como autodidata... Casar ter filhos também não era seu desejo. Ou ficaria rico para sonhar em ter um família ou encarava a realidade como um cara prenhe de dificuldades... E foi finalmente buscar o que queria que sem receio conquistou com voracidade a profissão assegurada...Ganhar dinheiro é bom; entendeu esse significado; antes aprimorar a consciência de que encarar o subsolo comum ao de fyodor dostoyevsky.

sexta-feira, 27 de março de 2020



Belle Époque



Um vicio se trata.. um costume não. O que será mais difícil...Eis a questão. Sem ponto de interrogação pra ficar mais explicito vencer um habito não subtrai a força de um costume. Este tem hora marcada; os sentidos do corpo pedem vacina para uma sequela indubitável. A namorada não lhe surte o ar de provocação e a sua fé como provação...
A infância que já trouxe alegria, agora é um déspota esclarecido, um covarde alienado fechado em seu próprio quarto. O vício aprisiona, o costume se habitua... Estes chegam devagar e quando se percebe já se é outro ser dominado. Assim começa o uso de entorpecentes ele encanta de mansinho...
Assim um ser escolhe ser dono de si. Assim ficam pra trás as pessoas mais leais que já apareceram com toda razão... Na vida de qualquer um que esteja acostumado ha alguma forma de prisão. Um vício da prazer, um costume gera um ser acomodado pra não dizer as mesmas palavras...
É habitual vestir sempre a mesma cor de camiseta é Costumeiro se achar o único no mundo a ser abalado quando as coisas não acontecem como bem queria...
Deus não dá pra nossa própria bem aventurança aquilo que acreditamos ser o melhor possível... sua santidade extrapola a consciência humana. Em Deus não hã vício nem tédio nem costume. Em uma quarta - feira na catedral da cidade um idoso se achegou perto do sacrário e levantando sua voz de tenor entoou um cântico sacro... Manuel Constantino sempre participava das missas de Quarta e Domingo. Não tinha parentes próximos...Era viúvo e tinha duas filhas que residiam em outro Estado bem longe da Capital paranaense...Seu consolo era o santo Terço.
Sempre que encontrava os jovens do ministério de música relembrava dos seus velhos tempos quando foi ao primeiro Rock in Rio. O velho de 76 anos foi ao show do Queen... vez e outra arranhava uns acordes na guitarra que tinha em sua casa. mas oque isso tudo tem haver com vicio e costume.. questões que encontrava solução nas andanças nos sebos e nas cafeterias. Ele soube dizer não para as facilidades que a juventude lhe ofertara. E quando o não falava mais forte o sim com seu semblante encorajador fazia de Manuel um cara nobre e de fé constante.
No ultimo final de ano próximo do Natal as filhas de Manuel vieram visita-lo... A mais velha trouxe seu neto que logo correra para os braços do avô. E toda a energia de um homem concentrado na beleza da vida era perene era saudável ainda que na medida de um habito de não se apegar a ninguém.


Um amor e um Festival

Acordou de madrugada como de costume. E se levantou supersticioso colocando o pé direito como se fosse um vício. Beijou a cruz antes do delírio...E fez café pra tomar sozinho . E recitou a oração do dia como se fosse magica. E leu jornal pra se atuar do tempo. Um patamar,um circo e um presidente escroto...Declarações de um bem que não tinha como enxergar...Um homem de fé enfrenta o sacrifício que nasce de uma canção, estimulante como uma atitude Rock in Roll...Trabalhava com cerâmica independentemente em sua residencia. seus vasos sua cultura underground.
mantinha-se fechado em casa por opção, era suficiente para por em prática suas inspirações.
Morava sozinho a muito anos depois de sair da casa dos pais. Ambos eram aposentados pelo governo federal. O pai diplomata residia fora do Brasil, a mãe morava com a filha caçula...Ricardo era seu nome. Seu sonho era ser cantor, mas por ironia do destino sofreu um embate com uma guria que tão imediatamente que logo lhe encantou os olhos.
A moça devia ter em media sua idade...Estudava arquitetura e era solteira. A primeira vez que se encontraram foi na FLIM ( feira literária de maringá)Ela em busca de livros de urbanismo , ele atras de filosofia grega. se chocaram por acidente a jovem ia quase que caindo no chão quando Ricardo a tomou pelas mãos amparando aquela pequena que viria a ser seu tão sublime amor..
E trocaram telefones... Marcaram de tomar um pileque num bar próximo dali... assertivamente concordaram...E partiram dali com uma surpresa tal qual, sofre o encanto do encontro repentino.
E nasceu um romance. E foram morar juntos e vieram os gêmeos e aprenderam a compartilhar de tudo ... Susana a agora mãe dos seus filhos era acanhada, de pouca palavras...Gostava de curtir discos de vinil. Dentre suas coleções estavam Pink Floyd, Ramones, e Iron Maidem... Os discos de Ricardo eram um tanto mais variados títulos como Belchior, Raul Seixas, Renato Russo e Bob Dylan.
As leituras de Ricardo giravam em torno de autores como Albert Camus e Jose Saramago e leu a coleção Fyodor Dostoevsky. Degustava de obras pesadas como se fosse musica.
Apesar da adversidades viviam em seu modesto apartamento na vila bosque. E Suzana fez doutorado enquanto Ricardo saia da graduação. E se tornou professor do ensino médio enquanto frequentava o mestrado. Se amavam com toda a sinceridade...e deixavam fluir uma família nuclear.
Quando chegou o inverno decidiram viajar pra Campos de Jordão... Ali aproveitaram duas semanas. Bons vinhos, um hotel aconchegante e uma paisagem singular. No retorno as rotinas não se alteraram; suas vidas simples continuaram as mesmas...
A próxima estação seria talvez a da saudade e agonia de um samba canção versado em poesia.

quinta-feira, 26 de março de 2020


Alameda Comercial


Ives tinha passado no concurso para a Policia Militar quando recebeu a proposta de emprego de um empresa de Televendas...A encarregada Lenir não era das mais simpáticas ( em termo de carisma), mas tinha muitas experiências como administradora de supermercado. Lenir criou um segmento de vendas diferente de tudo o que havia na cidade... Comprou um sistema de software em que vinha embutido as cotações e o valor final apos contrato fechado com os clientes... A ideia era excelente, pena que mal organizada. Onde já se viu abrir empresa sem projeção de clientes. Lenir vendeu a ideia para um rico fazendeiro que imediatamente investiu em sua medida de ganhar dinheiro fácil...
Comprou 10 mil reais em estoque ( tudo em variedades, desde cama mesa e banho e produtos de escritório). Lenir contratou uma professora e Televendas para treinar sua equipe de vendedores...Ives decidiu estudar administração e por sorte la encontrou o mesmo cara que treinou a equipe de Lenir no escritório de Televendas. Jonas lhe passou todas as artimanhas do sistema. Não demorou e Ives em um espaço curto de tempo de uma semana dominou o Software de vendas e se tornando o melhor vendedor da seleta equipe...
O fazendeiro nao exitou e logo jogando as cartas na mesa exigiu de Lenir o retorno de seu abusivo investimento em um bruto de $ 50,000 em um mês de funcionamento. Lenir esnobava talento, não admitia seu erro, seu deslize. Foi quando Ives desistiu de ser administrador e fez vestibular para área de humanas. Notou que tinha uma boa capacidade de persuasão com as salas de aula...Lenir devido um câncer na garganta veio a falecer pouco tempo depois da falência da empresa em que tinha apostado tanto dinheiro.
Ives não sentiu remorso por ter abandonado a carreira de policial militar; aos poucos acabou percebendo que esse campo de atuação não era o que de fato sonhara pra si.
Mas Ives também perdeu as mesmo peso de seus ganhos quando se formou em Filosofia. Teve de se dispor de si para aprender a lidar com a diferença dos outros. A empresa de Televendas deixou como lembrança um certificado de Tele vendedor estampado seu nome, carga horaria e disciplinas estudadas...Vez e outra encontra membros daquela equipe.. mas não deixam maus, antes um aceno compadecido de harmonia de quem amadurece.

quarta-feira, 25 de março de 2020



Chão Batido





O ambiente era de chão batido, sem piso... maquinas de tear formatavam a fábrica advinda do planalto central... Foi convidado por um amigo a fazer parte do quandro de funcionários daquela empresa de fitas plasticas ( a única da cidade)Tinha pouca experiência no ramo já que pela única vez que fizera algo parecido era na fabrica de ceda e tinta cujo o dono era seu bisavô. Reginaldo tinha um histórico infeliz, era agredido pelo pai dono da firma que ao menos assinou pela primeira vez sua carteira trabalhista... Um dia o pai lhe disse "Vocês só vem para foder a minha vida". Foi o divisor de águas na vida do jovem adolescente que por Deus quase caíra no olho da miséria...Mas seu velho pai não parava de humilhar o indefeso filho que precisava trabalhar. Mas Reginaldo aguentou firme e superou a adversidade aos poucos e em migalhas... O chefe do novo empreendimento era clebson que com o dobro de sua idade veio com a fabrica retratada no inicio. Tinha dois filhos e fez questão de ajudar Reginaldo com uma cesta de alimentos mensalmente e um salario razoável que dava para se sustentar. Ambos ficaram amigos no colégio perto de suas residências. La conheceram Agenor o professor de contabilidade, auxiliar nas dificuldades com a matemática... Mas Reginaldo queria voos maiores; não queria ser um servil de industria por toda sua vida. Morava com a mãe que lhe valeu muito alem daquele pai inquisidor... O amigo Clebson em um dia de-repente como um repente diligente pois fim a fabrica de fitas para impressora; Tinha que regressar para o planalto central por ordem do presidente da empresa.
Reginaldo se tornou professor do mesmo colégio em que os amigos se conheceram e os mestres que lhe ensinaram a se sustentar na exuberância da escolaridade deixou para traz somente insignia da juventude como uma dança de um circuito de metal.
O galpão que abrigava a Betaplastic se encontra vazia, muitas outras empresas abriram portas nos arredores daquele endereço...Em uma tarde domingo recebeu um telefonema do amigo Clebson que estava retornando a cidade depois de uma temporada no estado de São Paulo. Ia se pai novamente e ansioso convidou seu velho camarada pra ser padrinho do guri de gestação anunciada.





Isabela



Ela separava produtos de odontologia. Era morena de um semblante calmo quase juvenil. Detenta de um sorriso angélico tinha por dom encantar todos os rapazes da repartição. Isabela era natural de Minas Gerais, tinha um sotaque estilo nortista daqueles que chamam a atenção por sua não só beleza mas, também pelo gênio forte que marcava sua personalidade e autenticidade... Isabela porem, guardava sentimentos pelo amigo de uma outra sessão...Fabio o paulistano, que se comunicava super bem com todos da empresa.
Mas ele não reparava na pessoa de Isabela. Foi desta maneira que deixou -se levar pelo encanto que ele lhe ofertava com seu carisma. Um carisma limitado pois não dava nenhuma chance de aquele romance vir acontecer.
Ele roubou o que ela tinha de melhor "o seu amor próprio " ela alimentou um relacionamento impossível; ele era diferente em quase tudo.. Idade, religião, partidarismo. E Isabela quando lhe deu o coração fez com que o rapaz que indesejoso de uma aproximação sem querer feriu a garota e se feriu sozinho.
Só depois de um choque de realidade foi que Isabela reaprendeu o caminho das pedras...Resolver deixar partir quem nunca esteve dentro de si...Não houve causa para uma repentina amizade os desconfortos que o amor constrói são como edifícios de dura e diária recomposição. Algumas feridas ha possibilidade de cura (amadurecimento)... outra a cicatriz simbólica desaguá no imenso mar da inquietude ..Certa vez numa manha de sábado, Isabela encontrou Fabio em uma universidade ele entrando para um novo curso e ela se formando naquela ocasião.. Ambos se cumprimentaram amistosos com um balançar de cabeças.. Nunca mais ocorreu encontro sucessíveis.
Também não trabalhavam mais na mesma empresa.. Essa historia teve procedência durante os anos 92.. e eles foram parte das caras pintadas e sairam com seus amigos de mãos dadas com refrões de comando pelas avenidas da capital do Brasil.



Diário de Família


Leito 4 da seção psiquiátrica, estavam separados por dois em dois em cada um...Teve vontade de fugir pala saída dos visitantes, quis pular as cercas que tinham arame farpado. Estava consciente embora o diagnostico fosse de demência.. Mas com a força de todo seu entendimento reconhecia que
só a fé poderia lhe recobrar a serenidade. A comida era boa e enjoativa ao mesmo tempo. O médicos lhe sondavam a todo instante e alguns ate fizeram amizade com o jovem que não desejava revelar sua identidade. Isso depois de fugir de casa após uma mal sucedida tentativa de suicídio. Os motivo de internação foi um ataque de ódio a figura de seu pai. O velho idolatrava o dinheiro, humilhava sempre que podia o filho caçula que pra ele ( o pai) não passava de um bastardo. Seu corpo estava são mas a alma dilacerada depois do dissabor das circunstancias... Mas a boa noticia chegou na sua devida vez... e trouxe consigo o esplendor de novas oportunidades...ao sair do internato continuou o tratamento medicamentoso, desconfiado da natureza do remédio. Ele deixou se levar pela onde do bom senso e voltou a estudar uma faculdade e aprendeu que a beleza de viver vem promover a ordem na verdade. O que da origem a solidão ele não sabe, mas, teve coragem de encarar a novidade e desafiou mesmo distante o paradoxo, e deu a volta num dia prematuro. Ele teve capacidade suficiente para perdoar seu carrasco ( o pai ) mas não ao ponto de querê-lo ter por perto, o tempo passou e levou aquela inocência dos dias de criança onde o abraço do pai tinha semanticamente a estabilidade de um dia reunido de família.

terça-feira, 24 de março de 2020

Numero 14


14 era meu numero de chamada na equipe de segurança. somados eram 6 igualmente qualificados a desempenhar as competência de vigilante. Dividíamos as alas para vistoria e fechamento durante a carga horaria de 12x36 noturno. Ali compartilhávamos historias e aprendizados... Roberto o mais velho ancião dava dicas de postura e como tal, trazia consigo uma gama de trajetórias positivas que lhe renderam o posto de encarregado no ano de 2009. Martins fazia o café quando era perto da meia noite. Eu e Agnaldo jogávamos cartas enquanto o silencio reinava na quadra que era parte composta do Shopping Center. Somente Roberto tinha filhos, tinha fama de dedo duro quando seguranças saiam da reta. Com o passar do tempo em nossa companhia se apegou a equipe que acabou por se engajar as praticas dos mais jovens agregados na turma daquela empresa com séria reputação. Mas a má sorte me levou daquele lugar sombrio que estava acostumado e quando fazia rondas do lado de dentro, para um hospital repugnante onde a falsidade era quase que estampada nas faces das meninas que comportavam o quadro de atendentes. Fui torturado por calunias. depreciado, pedi pra sair... Mas não resolveu de nada a problemática situação. Foi ai que descobri que meu perfil de segurança era do tipo diplomático e não evasivo. Não tinha que bater em pessoas, não tinha que bancar o forte que resiste a tudo como se fosse inatingível. Voltar a ser o que era de fato (reservado) não me punha na condição de fraco...mas me convidava a serenidade de um bom livro, a calma que a casa própria nos devolve. Hoje não resta ninguém daquela equipe do fim de tarde. A empresa se desligou do Shopping e se concentrou em outras localizações mais frutíferas.
Continuo nas andanças da vida. Com a cara e a coragem busco a completude de um ser invadido pela antipatia...Foi assim que me desliguei dos serviços hospitalares sem qualquer forma de remorso doa a quem doer.


Estação Central

Era o primeiro emprego com registro em carteira. Shopping Center, por sinal (local que detestavaa). A função, limpar o recinto, atender clientes mensalistas e fechar o caixa ao final do expediente. Estacionamento terceirizado de Shopping pra ser mais exato... Lá aprendeu o código Q e a ser cortês com os os mais fechados e os mais resilientes ponderados. Mas também experienciou da indesejosa postura de pessoas que não prestavam atenção ao trabalho executado dos Orientadores "B"... Eramos indesejados, não eramos vistos...humanos.
Sugava do ardor de um dia de queima de estoque, o trabalho era dobrado e dividido aos funcionários do estabelecimento. Em dias de etiqueta vermelha todas as classes sociais se aglomeravam para aproveitar da variedade de opções de compra. Trabalhou naquele estacionamento por dois anos e fez durante esse período amizades conservadas ao passar dos anos. Uns seguiram a diante, outro por sua vez nao avançavam por força da inercia que o mantinham preso atado na condição limítrofe que o ambiente prestava.
Mas chegou a hora de mudanças. mudar o corte de cabelo, acordar para amizades novas, tomar novos rumos rente a libertação causada por falsos amores... Do estacionamento restaram lembranças de bebedeiras nos fins de semanas com os integrantes da equipe. unidos como qual se desvia da cegueira de uma sociedade machucada pela tempérie de um mundo anormal.



O mensageiro

Vinha la do andar de cima cerceado por pessoas apressadas em tarefas que dependiam um salvamento. No meu espaço remédios ilustravam as paredes e vidros limitavam o contato com a enfermaria... Na farmácia hospitalar se desdobravam João e Andrea, os mais antigos funcionários na expedição de psicotrópicos daquele hospital.
Eu era o mensageiro , ingênuo , me assustava com a crueldade repentina e formal da abordagem da morte ao ir de encontro aos seus e então lhe sugar os últimos insignificantes suspiros de existência.
Quantas vezes adentrei as alas cirúrgicas e vi nascer um novo ser na madrugada de uma segunda feira... quantas todavia vi parir em dia de domingo que devia ser de calmaria. E na rejeição corporal de um organismo sucateado pela enfermidade.
Já vi caminhantes sem nome cruzar os corredores na calada da noite, já escutei sussurros de encontro ao meu próprio...
Quantas vezes, quantas horas, e se espera que chegue o raiar da aurora. Que venham os enfrentamentos do meio dia, e o depoimento de despedida que se consome na cantina de onde reunidas historias se entrecruzam as variáveis da vida.






segunda-feira, 23 de março de 2020



Universo Particular<


Fazia parte integrante da seção PTE (processamento Técnico) no período noturno. Sua repartição cuidava da compilação e instauração de registros em Dissertações de Mestrado e Lançar Teses de Doutorado em sistema online. Dava pra ficar a vontade quando todos se ausentavam dali, o local era propício para escutar músicas no fone de ouvido.
Também fora responsável pelo fechamento do recinto, as luzes que tinham por força da obrigação serem apagadas davam conta de todo os demais setores que haviam no segundo andar. Tinha a oportunidade de ler bons livros, e sempre que possível transcrever alguns versos pessoais mantidos reservados.
Foi remanejado tempos depois para outra função. Permaneceu naquele novo, mas, inóspito ambiente dois anos que passaram rápido.
Dali foi construído a persona (pessoa, identidade), de um acadêmico de Filosofia que com milhões de duvidas metafisicas...
Mas ele tinha medo do escuro. Evitava as escadas, preferia os elevadores. Corria em si uma sensação de estar sendo vigiado o tempo todo. A solidão das madrugadas lhe fizeram inconstante e reservado. Por vezes recebeu convites de retorno ao ambiente que lhe foi tão acolhedor. Pensou estar no caminho da morte quando as portas do mundo se fecharam como que num movimento de estéril procriação
E se retirou em um retiro em seu universo particular. Hoje é compreensível que só de lá pode permanecer em paz com a bravura de quem retorna da guerra porem com o coração partido.


Avenida Brasil



Era carnaval do ano 2005 no Rio de Janeiro quando adentrei a cidade dita por maravilhosa pela primeira vez .. Percebi a diferença logo no princípio que os casebres dos morros, que por si só compunham a entrada da capital. Eram dispares, eram esquecidos, jogados a merce da sorte sem saneamento básico e sem ter pra onde ir...Já estavam desmontando os carros de desfile mas o ar ainda trazia consigo a poeira deixada pelas sandálias que sambavam. Tio Tato logo acenou indicando os lugares de perigo iminente, sem deixar de sobressaltar a beleza da cultura nacional brasileira. Haviam estrangeiros advindos de todas as partes o potencial turístico das praias eram exponenciais... Fiz questão de não me inquietar. E se nao bastasse absorvi ao máximo dos ensinamentos de meu Tio. A prudencia era o ponto de partida, passo visceral para una nova vida. É ético aquele que olha alem das aparências. Virtude á saber, cabe a sensatez e a prudencia o calculo das praticas. Não anseio retornar ao Rio tão cedo ate que acendam as luzes para a beleza sem igual que um dia houve na avenida com o nome Brasil.


Clozapina

Bebi do primeiro gole misturado com saliva que engasga e sou réu confesso que tive o sentimento de medo... aqueles comprimidos incolor causaram-me transtornos. Mal sabia de minha tamanha inocência... Se apoderava de mim como que uma criança no colo da mãe que o amamenta. Tive a sensação de estar em condições de subalterno não tive forças para reagir ao efeito que minha rotina determinava... O objetivo era a busca do autocontrole, a tamanha sanidade que reverbera no abismo dos solitários...
Ouço de longe o som das correntezas o som dos carros do lado de fora e a textura do juízo que me impele a ignorância... Só quero poder voltar ao sono tranquilo e dizer indigesto que sou pertencente a mim mesmo. E quem sabe um dia abandone o meu coração a tamanha amargura que só em Deus pode haver cura.

Brenda Leci e a impotência da cidade

Ela tinha um semblante daqueles que se pode enxergar de longe... Suas ideias eram lucidas a tal ponto de suas dificuldades parecerem um breve situação que passa, se bem remediada. Não dependia de ninguém pra pegar a condução que a levava a Universidade, e quando de atrevido lhe perguntei ''Como você consegue".. ela sem demoras replicou com segurança. '' Eu reconheço o som e a parada de cada ônibus.. Brenda era o nome dela.. cega de infância. Sabia Braile de cor desde criança, e estudava com a mesma capacidade dos alunos de sua turma de Letras... Brenda provou a sociedade que cegueira não impede de alcançar nossos realizações.. O que domina o ser humano é o pessimismo e a desconfiança de sua própria força... Brenda se formou, levantou o canudo e hoje consegue olhar nos olhos do coração de qualquer qualificado a qualidade que todos nós temos de com a guarda levantada permanecermos invictos mediante a qualquer forma de limite.

>Da cor da Tempestade


Fazia sol naquele instante, e caminhávamos com uma pressa alarmada pela vontade patente de sair daquele lugar. O ambiente tinha um salutar reservada tinha nome e sobrenome... Fosse outro individuo talvez nao parassemos para saber o que vieram de fato a nos abordar.. Ficava como que na testa o anuncio da necessidade de um vinculo empregatício. Posto que uma chuva torrencial deu alarde naquele ressinto, e foi também o que causou nosso encontro sem espera.. Eram Marcia e Marise,ambas vieram em nossa direção... O assunto não foi outro, perguntou na qualidade moral que incumbia e fez o convite de retorno.. E Marilia companheira daquele dia como um repente me olhava dizendo Deus é Pai!! E foi então que no outro dia voltava a habitar o meu antigo emprego, respirando o mesmo ar de pessoas serenas e rodeado de livros... e de um gosto de memorias de alguém que nunca havia de ter partido... Era ano 2018..




A ilusão do amor verdadeiro: E o aprisionamento da identidade.



Todos sem exceção buscam experimentar o gosto de relações sadias e ao lado de pessoas sadias. Isso é de praxe. Cabe a cada um, porem a incumbência de colocar cada qual no seu devido lugar, lembrando-se da premissa de que” O coração é caminho intransitável “. Favorecendo a ação do amor próprio e o livre arbítrio.
Perdemos nossa zona de conforto toda vez que depositamos esse mesmo coração em mãos desconhecidas ou transferimos nossos sentimentos a quem nem em uma pequena parte deveria comportar .
O conceito de “ Pessoa” advém do latim Persona que por sua vez trata-se da subjetividade construtora da identidade. Em outras palavras, um individuo qualquer só pode extrair de o melhor de você ( sua beleza, seu carisma, seu carinho) e te transformar em território ferido encharcado de ressentimentos somente quando se concede espaço e poder de barganha para domina-lo (a).
Os sequestros da identidade ocorrem a todo instante , principalmente se elegermos alguém dentro de nós ao cargo de “amor de toda a vida’’ , lhe dando o poder de administrar o que não é de seu interesse. A relação nesse caso é de sequestro e sequestrado ( você lhe rouba quando joga nas mãos de outro a obrigação de te amar e você é roubado quando outro alguém lhe faz se esquecer de onde você vem e quem você de fato é nesse mundo inanimado de reais sentimentos.
A boa noticia é que há libertação para casos de dependência amorosa. As palavras chave são ‘’Fé “ e saber o momento certo para dizer “ Não”. Vale a ressalva de devemos aprender a tirar do foco os desejos da carne e nosso imediatismo pois tudo concorre no tempo de Deus.
O horizonte de sentido quando revigorado tem a capacidade de nos devolver a nós mesmos. Você volta para seus livros , seus discos , família e amigos. Mas vale sustentar que não existe pessoas ou amor a dois perfeito. O que há é a cumplicidade.
Afinal de contas, a maior conquista do inimigo de Deus e dos sequestradores da nossa inteireza é fazer com que nos esqueçamos de quem realmente somos dentro desse mundo muita vezes cheio de mascaras