sábado, 4 de abril de 2020



A força do Silêncio


É impossível agradar a gregos e troianos. Compreendamos de uma vez. Por hora, passo a passo, o humano tem necessidade de expansão como sujeito criativo, que se reinventa... A esta capacidade pode se atribuir o título de sobrevivência, ante um mundo subjetivo que para enfrentar o maior dos desafios ( vencer a si mesmo) se entrelaça a malha que é constituído o mundo exterior.
O Pensador de Rodin explicita claramente o que é ação, e em Nietzsche, parte da aceitação da natureza. O humano em contato com a arte, quebra as raízes resistentes da razão, com a semiótica ou ainda com os arquétipos de Jung.
Rodin em sua postura reflexiva demostra o quão é a força do silêncio...O silêncio é um escudo ... O silêncio é um argumento... O silêncio é uma resposta ao mundo que esmaga o sujeito na condição de pessoa. Oliveira Bruno trabalhava em uma empresa de materiais para construção. Pegava no batente como separador e as vezes como entregador. Os funcionários, eram submetidos a acompanharem a pagina online do gerente da empresa, mas quem tivesse uma opinião contraria a do chefe era dispensado do emprego. Os funcionários não podiam pensar... Era proibido qualquer postura de resistência... Oliveira tinha 19 anos e adorava Billie Holiday...Administrava um blog com um bom número de seguidores...Já sabia que o humano não depende do outro para a condição de existência seja corrente. Mas na empresa tomava medidas cautelosas. E observava tamanho recuo dos amigos de trabalho... Mas Oliveira estava cada vez mais frustrado com a ditadura da informação... Até o dia em que pediu licença para falar ao gerente inquisidor .. E foi enfático, reportou o fato de não gostar da ordens delegadas aos funcionários de ter como obrigação ler diariamente os prenúncios do gerente que não era tão mais velho que Oliveira. A empresa era uma herança. Isso já se sabia... Então lanço uma proposta ao seu encarregado. Ou ele muda a política de informação de seus colaboradores ( deixando eles darem opiniões) ou todos iriam pedir para sair e migrar para outro ambiente de trabalho. Tinha uma tatuagem de O pensador de Rodin no braço esquerdo. Mas o gerente tendo seu orgulho ferido não permitiu qualquer fosse atitude do jovem crítico. Mas Oliveira não deixou barato e se ingressou em um curso de Publicidade. Ali se encontrou como redator... Passou a escrever seus contos e crônicas. Depois da saída de Oliveira da empresa de materiais de construção, mais da metade do quadro de funcionários pediram pra sair, os demais adoram o silêncio como arma de protesto.

Um comentário:

  1. Muito bom. Crítico e coerente com a realidade vivida e sonhada por todos nós.

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